Graduada em Educação Intercultural pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Cintia Maria Santana da Silva, também conhecida como Cíntia Guajajara, foi empossada nesta segunda-feira (20), como a nova presidente do Conselho de Educação Escolar Indígena do Maranhão (CEEI – MA). O ato de posse da nova presidente e do novo vice-presidente do Conselho, Paulo Belizário Gavião (Paulo Guajajara), foi realizado no Teatro João do Vale, no Centro Histórico de São Luís, em solenidade que contou com a presença do governador Carlos Brandão e representantes de povos indígenas maranhenses.
No Teatro João do Vale, o colorido dos cocares e cânticos indígenas deram um tom especial à cerimônia, que marca a retomada das atividades do CEEI. “Uma data histórica para os povos indígenas. Empossamos os conselheiros do Conselho Estadual da Educação Indígena, para que eles possam fazer a interlocução e trazer as demandas para o governo. Desta forma, em comum acordo, poderemos realizar políticas públicas que possam melhorar a vida deles, em especial na educação”, comemorou o governador Carlos Brandão, ao lado da nova presidente da CEEI, Cíntia Guajajara.
Carlos Brandão anunciou, ainda, duas novidades em fortalecimento à educação dos povos indígenas do Maranhão: a criação da Secretaria Adjunta da Educação para os Povos Indígenas e a realização de concurso específico para professores indígenas.
“Aqui foram debatidos vários assuntos. Anunciamos a criação da Secretaria Adjunta de Educação para os Povos Indígenas, assim como anunciamos, também, um concurso público específico para os povos indígenas, para que eles possam ser professores nas aldeias. Portanto, uma grande conquista. Parabéns aos povos indígenas e viva o novo Conselho Estadual da Educação Indígena”, celebrou o governador.
Criado por meio da Lei Nº 8.423/06, o Conselho de Educação Escolar Indígena do Maranhão (CEEI) é um órgão colegiado consultivo e deliberativo. Tem como objetivo orientar e apoiar, em âmbito estadual, uma educação escolar indígena contextualizada, que resguarde a memória histórica das práticas e tradições dos povos indígenas, de modo a favorecer a preservação de suas identidades étnicas, linguísticas e culturais.
Professores indígenas, representantes do Poder Legislativo e gestores das Secretarias de Estado da Educação (Seduc) e Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) também participaram da cerimônia.
“Para mim está sendo um momento muito importante. O nosso pensamento é estruturar o Conselho para andarmos juntos com a gestão, para trazer as demandas, as ‘vozes’ dos professores indígenas, das comunidades indígenas, para dar continuidade à política de educação que já existe nos territórios”, afirmou a nova presidente do CEEI, Cíntia Guajajara.
Diálogo e maior participação dos povos indígenas
Com a nova presidência, além do diálogo direto com o poder público, o CEEI atuará assessorando professores e monitorando a gestão da educação indígena no estado. “Reconhecemos os povos indígenas não apenas como sujeitos destinatários de políticas públicas, mas como pessoas que precisam e fazem parte da construção das políticas públicas, principalmente as políticas públicas educacionais”, afirmou o secretário de Estado da Educação em exercício, Anderson Lindoso.
Para Lindoso, o CEEI permite que a gestão pública atenda às demandas dos povos indígenas do Maranhão. “Faz com que a gente dê maior emancipação a esses povos, para que eles possam decidir os caminhos educacionais que iremos tomar. E, assim, possamos oportunizar aos jovens indígenas que eles escolham seus caminhos, como entrar em uma universidade ou ingressar no mercado de trabalho, mas contribuindo com a transmissão de saberes dentro das suas próprias comunidades”.
A titular da Sedihpop, secretária Lília Raquel, avalia que a retomada do CEEI é “uma conquista” para o movimento dos povos originários no Maranhão e um “forte fomento de participação” indígena.
“Um momento importante, de conquista para o movimento dos povos indígenas. A Sedihpop tem acompanhado esse processo, em que nós dialogamos com os caciques, as lideranças indígenas, para que a gente possa fazer uma escuta especializada e adotar todas essas sugestões dentro da atuação do Governo do Maranhão. É um forte fomento da participação popular de todos os territórios indígenas, contemplando a sua diversidade, a sua cultura e ancestralidade”, ressaltou.