Grande ato de lançamento do movimento “Vamos Juntos pelo Brasil” aconteceu em São Paulo e reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente.
O atual e o ex-governador do Maranhão, respectivamente, Carlos Brandão e Flávio Dino (ambos do PSB), participaram na manhã deste sábado (7), em São Paulo, do lançamento oficial da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente do Brasil.
Batizado de movimento “Vamos Juntos pelo Brasil”, a chapa encabeçada por Lula, que tem o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), como pré-candidato a vice-presidente, foi apresentada em grande ato realizado no Expo Center Norte, na Zona Norte da capital paulista.
Cerca de 4.000 pessoas, entre representantes dos sete partidos que apoiam a chapa (PT, PSB, PCdoB, Solidariedade, PSOL, PV e Rede), lideranças sindicais, membros de movimentos sociais, líderes religiosos, artistas e intelectuais, acompanharam o lançamento da chapa que disputará, nas urnas, o comando do Palácio do Planalto, em embate direto com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
A presença de Brandão, pré-candidato ao Governo do Estado, e de Flávio Dino, pré-candidato ao Senado, reforça o alinhamento de Lula com o PSB do Maranhão para as eleições de outubro.
Para Carlos Brandão, o apoio à pré-candidatura de Lula representa uma soma de esforços para que o Brasil e o Maranhão voltem a crescer.
“Estamos aqui, reunidos, porque acreditamos na defesa de nossa soberania. Na capacidade de nosso povo de se reinventar e de transformar a sua realidade. Unir forças, projetos, pelo bem coletivo. Queremos que o Brasil volte a crescer e que o nosso Maranhão continue avançando”, defendeu Carlos Brandão.
O apoio de Lula a Brandão e Dino, líder nas pesquisas de intenção de voto, enfraquece o projeto de outros pré-candidatos, como o senador Weverton Rocha (PDT), que rompeu com o grupo de Flávio Dino e vinha tentando colar a imagem do ex-presidente em seu cartaz político – apesar de a pré-candidatura do pedetista Ciro Gomes já estar formalizada.
Defesa da democracia
Apresentado pelo ator e músico, Paulo Miklos, pela chef Bela Gil e pela atriz e cantora Lika Rosa, o ato de apresentação da chapa Lula-Alckmin foi marcada por poucos, mas vigorosos discursos.
Além da participação de artistas como a sambista Teresa Cristina, que interpretou o hino nacional, a cerimônia contou com uma fala contundente de apoio do ex-governador Geraldo Alckmin, que diagnosticado com Covid-19, participou ao vivo, por meio de videoconferência e afirmou que a união a Lula está acima de qualquer “divergência do passado”. Para Geraldo Alckmin, o que está em jogo nessas eleições é a “defesa da própria democracia”.
”A democracia é marcada por disputas. Mas acima das disputas, algo mais urgente e relevante se impõe: a defesa da própria democracia. Nada, nenhuma divergência do passado ou diferença do presente, servirá de razão ou pretexto para que eu deixe de apoiar e defender a volta de Lula à presidência do Brasil!”, afirmou Geraldo Alckmin.
”Lula com chuchu”
Em ironia ao apelido “Chuchu” (alusão a “sem gosto”) que recebeu de opositores, Alckmin sugeriu que “Lula cai bem com chuchu”.
“Espero que esse prato se torne um hit de nossa culinária”, brincou Alckmin.
Nas redes sociais, o ex-governador Flávio Dino parabenizou o discurso de Geraldo Alckmin e salientou o novo “cardápio” da política brasileira.
“Excelente discurso de Geraldo Alckmin, apontando itens programáticos essenciais: união nacional, paz social, apoio aos investimentos, defesa do meio ambiente, soberania. E lançou um novo prato: ‘Lula com Chuchu’”, disse Dino.
Alternativa à incompetência
No seu discurso, o ex-presidente Lula enfatizou a importância de superar divergências históricas para a construção de uma via para superar “a incompetência e o autoritarismo” do atual chefe do Poder Executivo Federal.
“O grave momento que o país atravessa, um dos mais graves da nossa história, nos obriga a superar eventuais divergências para construirmos juntos uma via alternativa à incompetência e ao autoritarismo que nos governam”, enfatizou Lula.
Durante o lançamento de sua pré-candidatura, Lula criticou a grave crise econômica que o país atravessa e a volta ao que ele chamou de “passado sombrio”.
“Muitas famílias estão se endividando não para pagar a viagem de férias com os filhos, ou a reforma da casa própria, ou a compra de uma televisão nova. Elas estão se endividando para comer. Não há força maior que a esperança de um povo que sabe que pode voltar a ser feliz”, pontuou Lula.