Uma das principais manifestações religiosas da Baixada Maranhense, o Festejo de Santo Inácio de Loyola, em Pinheiro, agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão. O reconhecimento foi feito pelo governador Carlos Brandão, nesta segunda-feira (30), em uma grande celebração. Este reconhecimento destaca a importância do evento para a preservação da memória coletiva, das práticas religiosas e das manifestações culturais do povo maranhense.

Em maio deste ano, o festejo foi estabelecido como Patrimônio Cultural Imaterial por meio da Lei Estadual nº 12.292/2024 aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão. Com o reconhecimento realizado pelo Executivo Estadual, a manifestação cultural tem sua identidade ainda mais fortalecida pelo poder público.

Durante a solenidade, em agradecimento, o goveernador Carlos Brandão recebeu da Catedral Santo Inácio de Loyola uma imagem do santo, que é padroeiro da cidade. A assinatura do certificado que reconhece o Festejo de Santo Inácio de Loyola como Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão aconteceu na Praça Padre Newton Pereira. O reconhecimento garante a salvaguarda a manifestação popular, apoiando sua continuidade e transmissão para as novas gerações dos valores sociais e culturais que possibilitam sua existência.

Durante a assinatura do certificado de Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão o governador Carlos Brandão afirmou que o ato fortalece o turismo religioso na região. “Este é um festejo importante e esse reconhecimento fortalece a fé, a Igreja Católica e agora vai atrair mais romeiros para essa celebração. E a comunidade também sai fortalecida com o reconhecimento da sua tradição religiosa e cultural. Portanto, hoje é um dia especial não apenas para Pinheiro, mas para todo o Estado”, assinalou.

O bispo diocesano de Pinheiro, dom Elio Rama, ressaltou que a devoção a Santo Inácio de Loyola, que é padroeiro da cidade, já dura mais de 200 anos na região. “A Igreja Católica se sente honrada em receber este título. Todos nós somos testemunhas de quantas pessoas trabalharam e viveram para que chegássemos a este dia, pois há mais de 200 anos a devoção a Santo Inácio de Loyola está presente aqui na região de Pinheiro. Por isso, agradecemos a Deus e ao governo do Maranhão”, disse.

O sentimento de gratidão é partilhado por toda a comunidade católica da cidade. “Esse é um grande momento para a cidade de Pinheiro. Este ato hoje, que torna o nosso festejo Patrimônio Cultural Imaterial, para nós pinheirenses, é gratificante e nós só temos a agradecer a Deus, a Santo Inácio de Loyola e a todos que proporcionaram este momento”, comentou Juscélia Pereira, coordenadora comunitária.

Além do ato de reconhecimento do Festejo de Santo Inácio de Loyola como Patrimônio Cultural Imaterial do Maranhão, o governador Carlos Brandão também vistoriou obras de asfaltamento em Pinheiro e visitou o Museu Casa de Sarney, que funciona no imóvel onde morou a família e nasceu, em 1930, o do ex-presidente do Brasil.

Festejo de Santo Inácio de Loyola

O Festejo de Santo Inácio de Loyola é realizado no dia 31 de julho no município de Pinheiro, mobilizando centenas de fiéis com momentos de oração, louvor, caminhada, procissões e celebrações eucarísticas. A procissão é marcada pela presença das várias comunidades católicas da cidade com a imagem dos seus respectivos padroeiros, além da imagem de Santo Inácio de Loyola levada nos ombros pelos devotos.

Santo Inácio de Loyola, nascido onde atualmente é o País Basco, no território espanhol, foi um soldado que se tornou sacerdote. Em 1534, ele fundou a Companhia de Jesus, também conhecida como Ordem dos Jesuítas. A Companhia de Jesus é a maior ordem da Igreja Católica, com cerca de 20 mil membros em todo o mundo.

No Brasil, a Companhia de Jesus chegou no ano de 1549, liderada pelo padre Manuel da Nóbrega. A ordem integrava a comitiva do primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa, e tinha o objetivo de converter os nativos à fé cristã e dar continuidade aos ensinamentos da igreja.

No Maranhão, a Companhia de Jesus estabeleceu-se a partir de 1615, quando os franceses foram expulsos de São Luís pelos portugueses, tendo uma ação destacada no Estado do Maranhão e Grão-Pará, sendo responsável pela administração de colégios que se constituíam a base da educação ao longo de quase todo o período colonial. A Companhia de Jesus foi expulsa do Maranhão em 1759, após um conflito de interesses entre a ordem religiosa e o governo português.