Com o tema “A neurodiversidade, abordagens multidisciplinares e suas intervenções terapêuticas atuais”, foi encerrada neste sábado (11), a programação do II Congresso Autismo, no auditório do Centro de Convenções Multicenter Sebrae, em São Luís. O evento reuniu médicos, psicólogos, terapeutas, educadores e mães e pais atípicos, para dois dias de debates sobre temas relacionados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O governador do estado do Maranhão, Carlos Brandão, prestigiou o encerramento da atividade, reforçando que a gestão pública estadual é “parceira da causa”.

“Nós viemos aqui para mostrar o nosso compromisso com essa causa, para debater e aprimorar os nossos conhecimentos. Para que a gente possa ampliar as políticas públicas, englobando as famílias atípicas”, enfatizou o governador.

Apontado como um dos maiores eventos sobre autismo do Norte e Nordeste do Brasil, o II Congresso Autismo – organizado pelo Instituto Educandar e pela Clínica Salud Cuidar Mais – contou com palestras de profissionais e pesquisadores de renome nacional, especializados em neurodiversidade. Durante os dois dias de programação, foram abordados temas como ‘diagnóstico do TEA’, ‘família atípica’, ‘musicoterapia’, ‘autismo na vida adulta’, ‘TEA na escola’, entre outros.

Acompanhado do secretário de Estado de Saúde (SES), Tiago Fernandes, o governador Carlos Brandão ressaltou que o Maranhão vem avançando no tratamento e cuidado de pessoas com autismo, citando como exemplo a inauguração, no ano passado, do Centro Especializado de Atendimento ao Adolescente e Adultos com TEA (Centro TEA 12+), implantado no bairro Cohab, em São Luís.

O Centro TEA 12+ do Maranhão foi a primeira unidade especializada nesse tipo de atendimento inaugurada na região Nordeste do país. Brandão destacou, ainda, que o Governo do Estado pretende instalar Centros TEA em municípios do interior maranhense, em parceria com as prefeituras.

“Não resta dúvida que já implementamos várias políticas importantes, como é o caso do Centro TEA 12+, que é o único que existe no Nordeste. Nenhum estado da região tem um Centro TEA 12+. Estamos com a proposta para que a gente possa ter uma grande parceria com os municípios. O município faz uma parte, o governo faz outra”, disse.

Ampliação da rede de cuidados da pessoa com TEA

Sobre a expansão da rede de assistência em saúde para mães, pais e pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista no Maranhão, o governador Carlos Brandão sublinhou, ainda, que é importante a atuação conjunta entre poderes, para que haja maior oferta de tratamento público à pessoa com TEA.

“Existe muita coisa para ser debatida e novas conquistas pela frente, como é o caso da inclusão dessa política pública no SUS. Como é que a mãe de baixa renda, a mãe pobre, de periferia, a quebradeira de coco pode ter condições de pegar o filho dela e levar para acompanhamento com médicos, psicólogos e fisioterapeutas? Ela não vai ter essas condições. Se essa política for absorvida pelo SUS, a gente vai atender, também, essas mães de baixa renda. Mas essa é uma coisa que depende do governo federal. Tenho conversado com a ministra Nísia Trindade [ministra da Saúde] e acredito que essa política tem que ser debatida dentro do Congresso Nacional, para ser aprovada. Aí, sim, a gente vai poder avançar”, frisou.

De acordo com o Ministério da Saúde, a atenção à pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) consta, desde setembro de 2023, na Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (PNSPD). A nova política já passou por consulta pública, discussões técnicas e foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Agora o documento está em período de implementação.

O secretário de Saúde do Maranhão, Tiago Fernandes, falou sobre as ações e medidas adotadas pela gestão estadual, para garantir a democratização do tratamento ofertado a pessoas com TEA e seus familiares.

“É um compromisso do governador Carlos Brandão fazer a expansão da rede de saúde, em especial do Centro TEA para a população com autismo no nosso estado. Além da expansão, é preciso que a gente busque conhecimento, compreenda essa causa, para que a gente possa tomar medidas assertivas. O governador tem pedido isso aos técnicos da SES, para que sejam feitas atualizações e para que a gente possa colocar em prática unidades e equipamentos que possam democratizar o acesso à saúde para essas mães e pais atípicos, sobretudo para essas crianças e adolescentes com autismo no Maranhão”, destacou.

Sobre o TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, fator que pode interferir na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.

O Ministério da Saúde aponta que os sinais do neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, com o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. O diagnóstico de TEA é eminentemente clínico e deve ser feito por uma equipe multiprofissional.