Carlos Brandão

Governador do Maranhão

Ainda é madrugada quando as primeiras sirenes ecoam sobre a Baía de São Marcos. De longe, as luzes dos guindastes recortam o horizonte e anunciam que o Porto do Itaqui – o nosso Porto do Desenvolvimento – continua intenso para mais um dia de conquistas. Ali, cada tonelada embarcada carrega sonhos de gente que trabalha e acredita em um Maranhão que cresce com dignidade.

Agora em maio, esse gigante da logística brasileira quebrou mais um recorde: 3,6 milhões de toneladas movimentadas em 31 dias. O melhor maio de todos os tempos. Não é um número frio; é a soma do suor de milhares de portuários que, ao lado de operadores e investidores, transformam estatísticas em comida na mesa, em salário pago em dia, em orgulho estampado no rosto. É também sinal de confiança dos mercados internacionais, que encontram no Itaqui profundidade natural rara, eficiência operacional acima das metas e um time que faz da inovação a sua marca registrada.

Essa inovação tem nome e DNA maranhense. No pátio de operações, sensores em tempo real otimizam o giro dos navios; nos escritórios, sistemas inteligentes encurtam distâncias entre a decisão e o resultado. E, no coração de tudo, pulsam grandes ideias, como o programa Jovem Tech, premiado pela Associação Americana de Autoridades Portuárias (AAPA), por formar estudantes – vindos da rede pública de ensino – em programação e ciência de dados. São jovens que enxergam no Porto não apenas um endereço, mas um passaporte para empregos de qualidade. O “Oscar dos Portos”, na categoria Desenvolvimento do Capital Humano, é um reconhecimento importante, que vem de uma organização que representa os portos do hemisfério ocidental (Estados Unidos, Canadá, Caribe e América Latina). O Jovem Tech é um bom exemplo de trabalho em parceria, no caso, envolvendo o Porto do Itaqui, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), o Grupo Mateus, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a Suzano, o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) e a Copi Operações Integradas. 

É por essas e outras que, dias 17 e 18 deste mês, o Maranhão recebe a 6ª edição do Inova Portos, o maior fórum de tecnologia portuária do país. Trinta líderes nacionais discutirão assuntos como inteligência artificial e logística verde, enquanto estudantes maranhenses competem em torneio de robótica. O Itaqui abre as portas para que a próxima grande ideia surja onde menos se espera – talvez da mente de um maranhense que, inspirado pelo guindaste que vê da janela, decide virar engenheiro.

Toda essa movimentação não fica restrita aos muros do porto. Os grãos produzidos no estado encontram o mundo via Itaqui; o diesel que abastece o Nordeste chega mais rápido porque nossos píeres não dormem. O porto abre possibilidades para a exportação da carne maranhense, agora que nosso estado está declarado livre da febre aftosa sem vacinação; para a chegada de uma refinaria, com processo em plena negociação; para a atração de novos investimentos a se instalarem na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Bacabeira. O mundo está olhando para o Maranhão – e nós estamos prontos para mostrar o que somos capazes.

Chamar o Itaqui de Porto do Desenvolvimento, não é figura de linguagem. É reconhecimento de que ali se entrelaçam passado, presente e futuro. Foi ali que construímos nossa vocação para o comércio; é ali que hoje provamos nossa competência; e será dali que o Maranhão enviará ao mundo o sinal definitivo de que crescer, para nós, significa incluir. Seguiremos investindo, modernizando e, acima de tudo, cuidando das pessoas que fazem o Maranhão acontecer. Porque cada tonelada embarcada, cada byte de inovação, cada prêmio conquistado, só faz sentido se chegar também à casa de quem acredita no Maranhão.