Carlos Brandão

Governador do Maranhão

Dizem que o mundo é grande demais para quem tem medo. Mas para quem tem coragem, compromisso e acredita na força do seu povo, o mundo é, na verdade, um grande campo de possibilidades. Pensando assim, cumprimos uma importante missão internacional à Europa. Fomos com o coração cheio de orgulho e as mãos carregadas do que o Maranhão tem de melhor: a força do nosso povo e o potencial da nossa terra.

Logo em Paris, vivemos um momento histórico com a presença do presidente Lula. A Organização Mundial de Saúde Animal concedeu ao Brasil e ao Maranhão o certificado de Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. Não é pouca coisa. É fruto de muito trabalho. Dos nossos criadores, dos técnicos, dos servidores da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) e de um governo que acredita na seriedade como caminho. Esse selo muda tudo. Nos abre as portas dos mercados mais exigentes do planeta: China, Estados Unidos, Europa e Japão. De criadores respeitados (segundo estado do Nordeste em rebanho bovino), passamos a ser exportadores em potencial. E já estamos avançando na consolidação de nossa entrada nesse mercado que, só em 2024, movimentou 12,8 bilhões de dólares no país. Nos reunimos com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, com lideranças do setor frigorífico e de exportação. Mas queremos mais do que vender carne. Queremos mais empregos no campo, mais renda para quem produz, mais oportunidades para os maranhenses.

Ainda em Paris, estivemos com empresas que acreditam no Maranhão. Com a Axens e a Oil Group, estamos negociando a instalação de uma refinaria modular de última geração, na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Bacabeira, que pode significar um investimento de 1,5 bilhão de dólares e a geração de centenas de empregos. Nosso trabalho busca desenvolvimento com inovação e responsabilidade ambiental.

Já na sede da Unesco, recebemos o convite oficial para a entrega dos títulos de Patrimônio da Humanidade: os Lençóis Maranhenses, agora oficialmente reconhecidos como patrimônio natural; e o nosso Bumba Meu Boi, como patrimônio cultural imaterial. Foi um momento ímpar. Não apenas por tudo que isso representa, mas porque reafirma aquilo que somos: um povo de cultura viva, de alma forte, de raízes profundas. Fizemos questão de formalizar à Unesco nossa intenção de que a cerimônia de entrega aconteça nos Lençóis, quando também queremos contar com a presença do presidente Lula e de nosso povo. Do jeito que tem que ser.

Seguimos viagem rumo à Suécia, onde nos reunimos com a Stegra, empresa de tecnologia limpa voltada para a descarbonização industrial, para conversarmos sobre um estudo de viabilidade – que está sendo realizado pelos suecos – para a instalação de uma planta de hidrogênio verde e HBI (ferro briquetado a quente) no Maranhão, com investimento de cerca de 3 bilhões de dólares e previsão de gerar 1.500 empregos, entre diretos e indiretos. Representantes da Stegra já estiveram no Maranhão, visitaram o Porto do Itaqui e saíram impressionados com o nosso potencial logístico. Também já conheceram a ZPE, em Bacabeira. O que está em jogo aqui é mais do que investimento. É o futuro e um modelo de desenvolvimento que respeita o planeta e cria oportunidades para quem mais precisa.

Além de divulgarmos nossa beleza e cultura para o mundo, estamos colocando o Maranhão no mapa dos grandes projetos globais. Com coragem, diálogo e compromisso, seguimos transformando oportunidades em realizações. Acreditamos em um Maranhão de todos, que valoriza sua história, protege sua natureza, gera emprego com responsabilidade e se conecta com o futuro.

Nosso estado tem pressa, tem rumo e tem povo forte. E é com esse povo que seguimos caminhando, aqui e em qualquer lugar do mundo.